Um olheiro do mercado musical. É assim que o manager artístico Sílvio Rodrigues define o seu trabalho na música brasileira. Responsável pelo sucesso de diversos artistas, especialmente no mercado sertanejo, e idealizador da SDR Produções, uma das maiores produtoras do Brasil, ele agora está colocando todo o seu know how e experiência a serviço da música católica.Já há alguns meses gerenciando a carreira da banda Rosa de Saron, Sílvio Rodrigues também está iniciando um trabalho com a banda Anjos de Resgate, que está lançando o CD/DVD Anjos de Resgate Ao vivo em Brasília.
Sincero e entusiasmado, Sílvio bateu um papo com o jornalismo da CODIMUC e falou sobre a ascensão da música católica e as diferenças entre o trabalho com o público sertanejo e o religioso.
Fala um pouco sobre sua carreira, como você começou nesse ramo.
Silvio Rodrigues – Eu comecei aos 16 anos, no colégio. A turma precisava fazer uma festa junina para arrecadar fundos para a formatura. Como não tinha dinheiro para investir, eles ficaram com medo, mas eu fui adiante e fiz a festa. E deu super certo, foi um sucesso.
Depois dessa primeira experiência, eu acabei gostando muito de trabalhar com isso e passei dois anos realizando eventos de pequeno porte. Essas festas foram ficando famosas e eu fui ousando mais. A partir daí, promovi shows com diversos artistas, entre eles a banda Capital Inicial, Bruno e Marrone, Zezé de Camargo e Luciano, Leonardo, entre outros. Por trabalhar bem esses eventos, fazendo tudo bem organizado e com muita seriedade e respeito, eu fui ganhando o carinho do meio artístico e muitos desses artistas começaram e me incentivar a trabalhar como empresário.
Quando comecei a empresariar, percebi que o mercado tinha uma carência de novos projetos. Então preferi criar novos espaços e lancei essa idéia dentro do mercado paralelo de música sertaneja. O que acabou dando muito certo. Várias duplas lançadas por nós estão fazendo grande sucesso.
Assim surgiu a SDR Produções, que hoje é uma das maiores empresas de shows do Brasil, e as suas ramificações, como a SDR Filmes, que realiza projetos publicitários. Depois comecei a despertar para as composições também e algumas das minhas músicas estão nas trilhas sonoras de algumas novelas, como A Favorita e Paraíso, e eventos da Rede Globo, como o Criança Esperança.
Hoje você está trabalhando com a banda Rosa de Saron e também vai começar um trabalho com o Anjos de Resgate. Como você entrou nesse segmento da música católica?
Silvio Rodrigues – Eu sou como que um olheiro do mercado musical. Sentindo que havia a necessidade de novas idéias, comecei a pesquisar e a ouvir falar muito do Anjos de Resgate e do Rosa de Saron. Então percebi que seria um projeto muito interessante abrir caminho para a música cristã dentro do mercado secular. Primeiro, por causa da indiscutível qualidade musical que há nesse meio e também por causa da carência de novas idéias.
Assim entrei em contato com o Eduardo (guitarrista do Rosa de Saron), fiz uma proposta e eles me pediram que fizéssemos um tempo de experiência, para ver se ia dar certo. Então comecei a trabalhar a divulgação deles de uma forma que quando a banda fosse se apresentar nos programas de TV, já fosse bastante conhecida. Para isso, comecei a abrir espaço para a música cristã dentro das feiras de exposição. Não foi fácil, mas graças a Deus passei no tempo de experiência e estamos aí já colhendo bons frutos desse trabalho.
E o Anjos de Resgate, como surgiu a idéia de também trabalhar com eles?
Silvio Rodrigues – No meu ponto de vista, o Anjos de Resgate é a banda mais popular do meio católico. Como falei antes, sempre que pesquisava ouvia falar da banda. Quando fui pesquisar mais a fundo, vi que o grupo já tinha uma certa estrutura, estava ligada a uma gravadora e achei que teria dificuldade de chegar até eles. Peguei o telefone, mas resolvi esperar.
A experiência inicial que tive com o Rosa de Saron e o fato de ter passado na avaliação deles acabou reforçando a coragem para procurar o Anjos de Resgate. Entendi que era hora de continuar com o mesmo trabalho, porém com mais ousadia. Acredito que um DVD tão maravilhoso, com mensagem e qualidade tão boas, tem que atingir um público maior. E para isso é preciso investir no crescimento, usar mais da tecnologia. Por isso, colocamos à disposição do Anjos de Resgate uma grande estrutura, com cerca de 28 profissionais, trabalhando para fazer esse trabalho atingir uma grande multidão que precisa ouvir a mensagem que eles trazem.
Que diferenças você percebe ao lidar com o meio secular e o meio cristão católico?
Sílvio Rodrigues – A diferença maior é que o público secular não é fiel. Ele gosta de determinada música naquele momento. No caso do Anjos e do Rosa, percebo que o público está junto com a banda, não abandona, torce, acompanha. A conquista da banda é também conquista dessas pessoas, que se alegram com o sucesso do grupo. Literalmente, o público secular é de momento e o religioso é fiel à banda. No meio cristão, a s pessoas não gostam da banda apenas pela música, mas pela mensagem que eles carregam.
Isso é legal porque muitas bandas de sucesso não duram mais do que cinco anos. Perto do Anjos e do Rosa, muitos grupos conhecidos do grande público se tornam pequenos, porque têm toda a mídia à disposição, enquanto, tanto Anjos de Resgate quanto Rosa de Saron estão há todo esse tempo fazendo sucesso sem todos esses recursos.
Outra diferença é que não é simplesmente empresariar uma banda, mas ser responsável por uma mentalidade de fazer o bem, praticando preços populares, proporcionando às pessoas uma boa mensagem para a própria vida, uma palavra de paz, num tempo em que tanto se precisa. Estamos abrindo o mercado para pessoas que gostam de outro tipo de som, que querem levar suas famílias para assistir a um show bem produzido e que comunica boas mensagens.
Além do Rosa de Saron e Anjos de Resgate, outros artistas, como o Pe. Fábio de Melo e a cantora Adriana também estão ganhando espaço na mídia secular. Como você está vendo esse momento da música católica?
Sílvio Rodrigues – Acho que abriram um espaço que antes era muito fechado. Estão descobrindo que um produto religioso também sustenta uma grande empresa e dá estabilidade a eventos. A música católica é muito consumida, mas ninguém havia visto isso ainda.
Os padres têm um papel importante nessa abertura. O Pe. Marcelo Rossi chegou a 3 milhões de cópias vendidas, o que é extraordinário. Tem o Pe. Fábio de Melo, que está fazendo muito sucesso, o Pe. Reginaldo Manzotti, que também está vindo por aí. Enfim, o mercado abriu os olhos e viu que é um produto que pode salvar uma empresa. Os padres abriram as portas e a gente vem com a ousadia do Rosa de Saron e do Anjos de Resgate.
Tanto a música católica quanto a gospel cresceram muito. A febre do mercado vai ser a música religiosa. O Rosa de Saron hoje está tocando nas grandes redes de Rádio do Brasil. Também estamos trabalhando com o André Valadão e o Mattos Nascimento, no meio evangélico. Creio que o Anjos de Resgate vai quebrar mais uma barreira e vai levar essa mensagem a um público ainda maior.
Deixa uma mensagem para a galera que curte o Anjos de Resgate
Sílvio Rodrigues – Gostaria de saudar a todos, mandar um grande abraço e dizer que vamos trabalhar para que o Anjos de Resgate tenha mais visibilidade, pois tem qualidade para isso. Por isso pedimos o apoio e as orações de todos.
Uma coisa que gostaria de frisar é que tudo o que cresce gera um custo maior, pois estamos investindo mais em divulgação e na qualidade do show. O Anjos de Resgate está ganhando mais asas, para voar mais alto. O público tem só que abraçar e apoiar, pois essa evangelização que tem chegado a tantos vai atingir muito mais gente.